Ao som de "Imagine" e um incenso de Laranja**
Ela tinha o sorriso triste, que pedia alguma coisa surda. Ela tinha os cabelos compridos e os sonhos maiores ainda. Ela, sonho. Ela se pintava com ideais que não existem mais, e era rotulada de louca. Era louca, pela vida.
Ela estava sempre em multidões. Solitária. Galgava qualquer lugar no paraíso. Na terra. Nos braços que lhe desse a paz que pregava, mas não tinha. Ela tinha o amor. Ela tinha o amor cheio de verdade. Ela caminhava por ruas tão largas quanto suas dores. Sobre a chuva dançava. Pela madrugada cantava, evocava, orava. Ofertava sua alma a um sorriso trepidante.
Ela pintava as unhas de verde, vestia-se em panos esvoaçantes, uma calça jeans surrada e uma sandália que mostrava flores no solado. Era pequena, mas tão grande a não caber nos braços, no colo. Ela enfeitava-se para encontrar-se com o vento. Ela, filha da primavera.
Ela olhava dentro dos olhos. Perdiam-se todos que dentro dela se encontravam. E ela, menina-tão-doce, sempre vinha caminhando pela rua roubando as almas, como quem acende mais um cigarro e apaga o outro.
Ah, menina!
Hoje ela é só sonho...quisera eu sonhar (de novo) sonho tão doce!*
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