domingo, 6 de fevereiro de 2011

Início

Lua minguante. Um cigarro aceso encostado no cinzeiro. no som qualquer grave do jazz a sussurrar como você em meu ouvido 'tire a roupa'. eu, depois da última cena, na coxia, obedeço, cautelosa, com medo de seus instintos que de qualquer modo despertei. Beija-me com aqueles lábios de uma fome urbana, boêmia. queres de mim qualquer carinho que te faça remexer dentro de ti. dou-te sorriso manhoso e no fundo entendo mais do que pensa sua forma agreste de me atacar.
queres me revirar do avesso. esquece que o meu avesso encontra-se consigo mesmo. somos pólvora. agora não lembro.
desfaço de todas as imprudências e revelo-te meu seio e te peço; dorme. para que amanhã nasças outro.

Um comentário:

Atente-se para o Indizível: