sábado, 10 de setembro de 2011

Meus caros amigos



há muita saudade no peito pulsando vontade de voltar; ainda espero poder contar com todos vocês; porém, esse negócio de tempo é complicado, ando aqui e acolá tentando trabalhar. tentando viver de qualquer modo para bem breve vir aqui e despejar textos de experiências tantas que ando recolhendo da vida.
uma enorme vontade de dividir com todos vocês entre taças de vinhos tintos e alguns goles de cafés sempre acompanhados do cigarro. mas eu venho. breve
abram os braços e abraços que eu tô voltando.
Mell

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Comunicado

Meus queridos, venho informar e me desculpar. Primeiramente me desculpar. Estou muito sumida. Mas por devidas causas justas. Muitos compromissos aqui, do lado de cá da tela. teatro, estudos, dedicação os filhotes, livro novo. Por isso, não estou escrevendo aqui. promento que em breve voltarei. mas por enquanto, preciso desse hiper tempo.
Informo que volto logo!**
e que estou morrendo de saudade de todos que vem aqqui e derramam seus carinhos e comentários;
um beijo enorme.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para Ana


"Ana, qual tua angústia mais profunda? De que são feitos esses olhos de pedra tão bem esculpida? Qual o nome da tua fome? Qual a fala bandida que te azucrina, antes de te apaixonar? Onde em tua face delicada cabe a indelicadeza dos teus chamados tão medíocres? Qual lado de verdade existe em suas mãos tão afoitas e sadias?

Ah Ana! eu não sei se de te me livro, se em ti me derramo a me perder sem qualquer limite.

Onde no teu corpo tão miúdo, cheio de respostas sem perguntas, mora a sensatez? Quais das partes de ti é uma mentira daquelas absolutamente levianas?

Ah Ana! acho que todo teu mal encerra em teus lábios tão astutos e violentos. Cala-te uma noite de suas lamúrias, depois te digo onde mora tamanho perigo no teu existir.

Qual das cores é tua? (se de eterno colou-se o negro da tua pele robusta!) Qual das tuas censuras são de fato eternas venturas? Onde em ti está aquela sagacidade tão menina de querer e ter sem medidas? Nos teus cabelos há força ou desvios?

Ah Ana! conheço-te pelo faro bandido, banido de suas roupas quando dormes. Se te tenho nua, seu corpo mora pecado-ternura-solidão.

O que abrigas senão falhas e sonhos, cascalhos e poesias mastigadas, escritas em guardanapos tão vagabundos como a intenção de quem te rouba sorriso tão doce? O que te fascinas tanto na vida para que de gana sobreviva assim, violenta e absurda? O que te faz ser tão cheia de nada e ainda sim ser tão repleta de si?

Ah Ana! Eu não te entendo. Não entendo o amor que me come as vísceras todas as noites que de ti meu corpo chora saudade. eu não sei, e prefiro, de fato, morrer contigo sem qualquer entendimento."

domingo, 15 de maio de 2011

Ode à Narah


"Não temas, Narah. Nem tudo está perdido. Não temas a noite tão escura quanto sua alma.
Não temas, minha cara, esta noite passa. o amor também. derreta sua cobertura de carne e verá que no fundo só existe chumbo. estanho. aço.
Sei que tens coração tão leve, gestos tão delicados. mas não se assuste com minha paixão tão escancarada. vivo de um escarneo que não compreendo, só disfruto.
Não temas. É ainda cedo para que clames qualquer inocência na minha fala. já estou suja de amores urbanos. não temas. a melodia suave que sinto quando te vejo é só prelúdio. começo.
Não temas em viver com o vigor da última hora. a dor da última gota. o desespero do último trago. Não temas. Afinal, viver exige coragem. viver o amor então...(?!!) ultrapassa.
Não temas, caríssima, deixe que o verbo do amor corroa suas articulações, seus lábios, sua língua. É desse veneno tão doce que precisas para sua cura.
Não temas, menina. Tão doce, tão linda! Isso é a vida urgente que tanto falei. Vejo esse desejo romper os limites da sua carne, da sua ternura. querendo saltar para o lado de fora. querendo avançar sobre a ponte onde há um abismo.
Não se limite a deixar suas palavras em diários esquecidos, explore todos os gostos dos verbos e dos sujeitos. alimente-se da vida latente que existe debaixo desse corpo tão sinuoso e impreciso. frágil?
não!
depois , bem depois pensar em desistir."

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ode á Alice


"Alice, me diga, o que levas daqui, para ai onde está sem quase não querer?
me diga se as nuvens são doces, se o céu é mesmo estrelado, se daqui fica saudade tormenta, dolorosa, como em mim deixou.
Alice, me diga; se daqui levou o livro, o pingente de marfim, o bilhete de amor que esquecia no jardim, ou se de tudo, apenas desejo permanente de não ir. (?)
me diga; antes que de dúvida eu morra na saudade de sua palavra doce. diga, antes que meus olhos se esqueçam do seu olhar tão menina, erva-tão-doce! Me diga se de longe ainda sim me podes amar como devoto a ti um amor que não existe. (?) me digas, porque senão hei de adormecer sem qualquer sonho de afeto e lembranças suas.
Ah, Alice, me diga qual a música, qual a palavra, qual o gosto do desgosto de te ver partir. me diga! me diga agora qual a vantagem de ter asas, se voo este tão rasante se voa sozinha, sem meu sorriso e toques a te acompanhar tão vigilante. (?) então me diga, o que se leva? o que se leva quando se está tão longe quanto estás. leva momentos de saudade, de gestos encantados, de palavras mal terminadas? me diga, para que eu possa falar a ti o que fica. (agora tão longe!)
Alice, me diga! porque em voz embargada de tarde, fim de tarde de abril, outono de folhas tão vivas quanto seus olhos a me tatear no escuro de antes, te digo, muita saudade de ti.
Ah Alice, me fere os pés a lembrança de tua paixão tão desaforada pela vida, e assim, num luto desesperado sem saber se terá fim, me pergunto:
onde deixar sua fotografia que vez ou outra, me assombra no corredor?
apesar de tudo, sinta-se beijada,
daqui sinto um abraço como aquele de antes!"

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A ti de qualquer modo


"estava a te desenhar em versos e prozas. quando de repente entendi que não haviam palavras para falar desse amor maldito que tanto me derrama em vírgulas.
torta fiquei entre beijos e recados que você ainda não responde. minhas cartas são meu coração embrulhado. verbos e adjetivos em carne viva. perto de qualquer machucado que nunca cicatriza.
não sei se meu recado de agora te alcança. minha palavra cantada pode funcionar como desculpas também. caso falar contigo desse amor de doa tanto quanto a mim.
não quero que doa qualquer palavra, aqui são pedaços de sentimentos costurados, alinhavados com um pouco de tempo. de água, de vinho também.
meu recado, ah, esse ultrapassa a noite escura da insônia. meus versos correm sangue grosso, pisado, feito ungimento. é mistura de veneno e alimento. não sei mais de onde falo. dou voz a qualquer pedaço de mim que não conheço, mas que ama. assim como o outro lado. que sofre. sem saber de que.
mando-te flores. qualquer uma que exale um doce perfume que mata. mata a fome. porque me alimento quando de qualquer modo te sacio.
deixo memórias na cabeçeira quando saio pela manhã. se te encontro?
não sei.
talvez dentro de mim sua fotografia esteja oxidando."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Gosto de você


"gosto dos abraços fortes, dos carinhos de dengo, dos beijos calmos, onde bocas se encontram num exercício de poesia.
sou daquelas que acredita no amor, que sente saudades e que chora, mesmo que chorar não sirva para muita coisa.
gosto de bilhetes, de recados, de relógios, que estão parados. gosto de ouvir, mas ser ouvida é para mim ainda mais delicioso. gosto de amar sem pedir licença. gosto de amores que entram, espalham as folhas, desarrumam gavetas, depois se leva tempo para se arrumar tudo, juntinho. tomando um café, ouvindo um blues.
gosto de você. assim. tão simples que chega perder a graça encantada do romance. mas é assim mesmo. gosto de como você me olha. de como me deixa sem ar, de como se aninha no meu colo. de como me ama. de como você me diz do seu amor.
gosto de me deixar levar por suas promessas. por seus encantos. sua simplicidade e tranquilidade. gosto de ti e ponto. porque além de ti, em mim, existe um pedaço enorme de você!"

sábado, 26 de março de 2011

Ao teu abandono


"mando notícias minhas através do vento que ao cair da tarde toca sua pele macia e branca. o aperto no peito vem para te lembrar do amor que existia e você por motivos estes condenou.
mando notícias porque meu coração não se cansa de esperar pelo dia da sua volta. as horas nos levam cada vez mais para longe. haverá regresso? o tempo essa enorme alavanca do destino, nos afasta. asfixia o ar da saudade e me entorpece de pavor ao ver que o portão jamais se abrirá;
quanto tempo ainda resta para que meus olhos possam pousar sobre a tua calma aparente? quanto tempo ainda serei torturada, castigada, por erros infantís?
nunca mais haverá perdão, meus erros foram fatais a ti?
pensei que no amor essa estranha fatalidade era condição e não estado. pensei. amor como esses onde unir significa transformar dois em um, pensei que não houvesse fim.
de que forma devemos agir? naturalmente como virar a página para prosseguir a história?
eu acho que não há nada que possa destruir completamente um amor como o nosso. a menos que de qualquer modo, não exista mais aquilo que nos uniu.
meu recado para ti é passivo a correções. peço ao teu abandono que revogue meu direito de te amar sem medidas. é isso que peço. que permitas que eu te ame. de qualquer modo, seja como for."

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ode ao fim


"o trepidar da vida me assombra. estou de qualquer forma dizendo sempre adeus. não sei o motivo exato, o que sei é que é sempre assim. existe um eterno fim em mim.
é preciso acreditar que nada dura eternamente, que nem sempre existe final feliz. estamos sempre a dizer nossa última palavra, a cometer nosso gesto último.
histórias de amor tem fim. não há nada que começe que não teermine. o fim devia ser algo natural, como começar. mas existe algum mistério em se ver o fim.
será que não somos capazes de compreender nossa própria finalidade? somos finitos. andamos de mãos dadas com a morte.
haverá o dia em que nenhuma palavra será mais inteira.
seremos nós mesmos, sobras."

quinta-feira, 24 de março de 2011

Fragmentos de uma despedida


"eu te vejo ir sumindo. sem deixar qualquer bilhete. sinto sua partida como quem pressente o próprio fim. acabou.
(mas, o amor acaba?!)
mofa sua roupa e seu perfume aqui. vazio de partida. nada. retumba o som dos teus pedidos e desejos. silêncio. pontas de cigarro no chão. pedras coloridas dissolvendo no estômago. palavras. cada palavra tem uma cor.
(qual a cor da saudade?)
sua palavra fria a retumbar meus ouvidos ainda inflamados de amor. crueza dos fatos subordinados. abandono. retumba implacavelmente suas palavras de amor agora. o resto da vida durou um ano e três meses, não?
(c0mo se mede o tempo?)
devolve só a paz. aquela que me touxe quando chegou. devolve só o olhar amendoado brilhante. aquele que um dia te encantou. depois bate a porta. não olha para trás. segue. afinal. precisas de amor de alguém que de fato quer-te muito além de mim. o meu amor por ti não serve. erva daninha.
(destruo tudo que toco?!!, acho inevitavel isso.)
vais embora então. malas por fazer. decisão tomada. fim. e depois do fim, o que se diz?
Não entendo. peço ao tempo que me faça esquecer. pois lembrar é saber que perdi o homem que mais amo em toda minha vida.
não faço súplica,
desabafo.
Eu amo você apesar de acreditar que jamais saberei fazer você feliz.
Obrigado por tudo. por todos os dias, horas, segundos.
cada palavra, carinho, gesto."

Recado ao tempo


"que seja breve. de qualquer modo, que este sentimento seque. se tranforme com o outono em folha seca. assim, amarga será a lembra. menos doce a saudade.
que seja breve, meu caro amigo, pois doer fundo é morrer sem saber de que se morre afinal. que seja breve, para que eu possa sofrer a meu modo. sem deixar vestígio de qualquer felicidade.
preciso que esse breve momento, seja ainda mais breve, para que minha voz não se cale para sempre. amor mudo. ainda que amordaçado.
que seja breve o trepidar dessa ventania, que a quatro ventos se espalhe e se transforme em mera memória surda. que não atende por nome, por não saber mais. mando-te recado. rezo a ti ladainha da saudade e do passado. minhas asas tentam alçar voo razo. me espalho. catar o resto de mim é tarefa ádua. mas saberei juntar com o adiantamento das horas.
hoje ainda é presente sua ausência. mas as horas nos separam.
as horas nos separam para sempre."

Bilhete de despedida


"Jamais deixe de acreditar que te amo. o amor que sinto está além de julgamento.na verdade, qualquer sentimento está acima de qualquer subjulgação. Nunca se esqueça também de que você foi o único pelo qual pude lutar. viver é óbvio demais para mim.
esteja certo que levarei comigo em qualquer canção que eu ouça, o seu olhar de verde-azul tão esperança. e que sua companhia estará comigo. seja como for.
me perdoe por todos os erros, mentiras e discussões. jamais estarei aos pés do seu sentimento. esteja livre para amar e ser amado grandiosamente. o meu amor distrói. machuca.
estou sangrando daqui, continuarei por um tempo até quando não puder sentir mais nada, quando estiver suspensa.
Morta.
Seja feliz!
seja como for."

quinta-feira, 17 de março de 2011

Escombros III


Os dias foram entrando casa a dentro. As palavras foram mofando de tempos em tempos. As frutas da geladeira deixaram o doce amargar. As folhas começaram ficar amarelas. O sentimento mudou de lugar como qualquer móvel da casa;
Os meses passavam com o chegar dos sêlos das cartas que vinham de longe. Nunca mais houve diálogo. deleitávamos ou fugíamos em monólogos extensos. Era fácil saber quando já era noite; a palavra adormecia.
As horas foram nos devorando. os cabelos e a barba crescendo feito grama regada por chuva. a esperança vai mudando de cor. vai se refugiando de um verde-azul que anda longe. perdido? (!?)
As verdades vão se dissipando num espaço chamado vazio e a alegria vai incomodando. Parece que ser triste é ser-humano. condição.
Soletrar palavras é denunciar qualquer desespero que não grita; geme. escrever torna-se impossível porque palavrear coração é tarefa que foi dada a poetas. (não sou?!) devagar vou deixando que a saudade traga de volta qualquer vestígio ou pista de que felicidade existiu. e sorrio. mesmo que neste sorriso aja mais tristeza que vontade.
no fundo,
adormecer é mais difícil que pensei."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Escombros II


Minhas cartas escorrem chuva;
escorrem lágrimas de uma saudade inexistente.
Nas minhas cartas, palavras secas desenham passado.

Eu não sei.
o barulho pertinente do adeus, agora escorando nas janelas da sala.
não sei se escuto. se deixo como memória.
espero apenas pelo dia em que fantasmas tenham desaparecido.

Minhas cartas, daquelas que deixava sobre a mesa da cozinha,
escorrem sangue de um vermelho rubro.
as palavras proferidas, derramadas ou inventadas, vem de um in-tento!

Não sei,
não posso saber. tenho certeza do abismo. sub-humano.
qual seria a condição de quem ama? resposata que aguardo. ansiosamente.

Minhas cartas, nelas peso. carvão. chumbo.
material este de que se faz dentes e alma.
não separo. as entranhas são o meio. e estar no meio é viver de absorção;

Não me pergunte motivo algum da minha fala,
estou a passos largos de finais, ando tortamente no intervalo do climax para o fim.
no fundo finalizar alguma coisa é desistir.

e eu não posso.
ainda pulso.

domingo, 13 de março de 2011

Escombros I


Eu não sei
se o que resta é sangue ou tinta.
Sei que de qualquer forma resta qualquer resíduo no fundo.
eu não sei se o que tenho são palavras mastigadas ou pedaços de vírgulas, pontos ou números.
Eu não si,
se arrisco num salto ou se já cansada, estou no chão.

Eu não sei.
sei apenas que ainda estou aqui,
latejando.
trombando com o escarneo;
dessolvendo sulfuricamente com o resto do sentimento que um dia havia sido puro.

Eu não sei.
apenas voo ao vento da tarde,
apago o cigarro cansado.
durmo num estado de morte
e
me esqueço;
será verso
ou
escombro?!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Da sutileza


"a esperança devia vir assim, em forma de balões coloridos para enfeitar não só o coração, mas esse imenso azul do céu. assim, toda vez que alguém precisasse de esperança, era só olhar para cima e seguir adiante.
por isso é que sou assim, meio colorida, meio desnorteada, porque preciso de imagens claras das palavras. e esperança para mim é exatamente isso. ver o colorido inevitável da vida e a leveza desses balões que nos enchem de liberdade e voo.
- ontem perdi tanto tempo. podia ter feito qualquer frase perdida. podia ter deixado apenas como está. podia simplesmente fechar os olhos para não ver. mas não há saída. não. meu coração é quem viu. e vendo este pronto!
fica aqui a mesma esperança que sinto para ti. acaso precise. e se precisar, não pense, use-a.
a grande maravilha da vida mora ao lado, na mãe de todos os sonhos. e a ela chamamos de ESPERANÇA.
um beijo de chuva".

quinta-feira, 3 de março de 2011

Do ato de rebelar-se


"de qualquer jeito, é preciso partir. de tentar chegar a qualquer outro lugar. longe daqui. É necessário que se desça do solto. que saia correndo, que grite. é necessário perder a noção. a razão. e deixar que fale alto o coração. é preciso que sejamos de qualquer modo corajosos. para que depois não seja preciso o arrependimento. é necessário rebelar-se; deixar que os monstros falem. que a alma voe alçando distância grande; léguas.
de qualquer jeito uma hora é preciso que se faça um accordo de paz; consigo mesmo;. que nos liberte de qualquer fantasma, medo. passado.
porque não adianta, passado é passado e ponto final.
eu já estou indo; querendo alcançar qualquer pedaço de mim que ontem a noite se foi."

quarta-feira, 2 de março de 2011

Da natureza da pureza


"um amor puro. fica dentro do meu coração. daqueles de beijos com gosto de bala. de sorvetes em dias de sol. num domingo de tardinha. é; daquele amor que remedia qualquer febre, qualquer lágrima, qualquer dor sem limite que nos aplaca de vez em quando.
um amor daqueles que não importando onde estamos, haverá felicidade, porque estaremos ali, juntos, debaixo de um céu de estrelas infinitas.
fica dentro do meu coração. e fica aqui guardado, esperando o tempo deixar que um dia chegue a você. porque dessa pureza toda, de uma força grande que tem, só pode ser sua, e de mais ninguém.
eu tenho esse amor, daquele de querer receber flores, de querer responder cartas de amor. daqueles que nos olhos, e pelos olhos transborda a verdade daquele sentimento do fundo. petrificado. único. humano.
é desse amor que falo. desse que não importando quando, nem onde, haverá chance. sempre. não importando quando. sejamos apenas esperançosos para que de alguma modo, ele possa existir ou co-existir um dia;. em nós, nos outros. "

acabei. é disso que queria falar hoje. daquele amor que desejamos e não temos porque de algum modo achamos ser impossível. há na impossibilidade a prova concreta da certeza. da clara certeza de poder existir.e existindo precisamos apenas nos abrir.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

No silêncio


"o silêncio era de dentro para fora. o estado de entrega também. começa com o simples desejo de se entregar. nada é como parece. o estado das coisas jamais será permanente. somos de natureza mutável. tanto eu quanto você. tanto nós como aqueles ali. se isso é ser humano? bem, humano é um estado mais amplo.
muitas vezes não faço idéia do que digo. mas vou dizendo para talvez colocar palavras num silêncio permanente. não há música? depende de quem se propõe a escutar. agora não escuto. prefiro a calma aparente da vírgula. o ponto final não. impõe limite. e não costumo ser dessas, gosto dos meios das histórias.
no fundo não sei bem o que pretendo. na verdade, ninguém nunca sabe o que se pretende com tudo. nós fazemos como antes, vivemos. cada um assim, meio perdido, meio calado. meio mudo. meio do meio.
hoje, depois de alguns dias é que pude parar um pouco. deitar sobre o rio calmo. ouvir minhas poucas sobreposições. suposições. sobre meus feitiços. fiquei assim. deitada a pensar em nada. em tão pouco. porque de qualquer maneira é assim mesmo. um dia, qualquer dia, a gente consegue falar pouco. ouvir muito e amar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sobre a mesa


"o que fizemos até ontem? o que deixamos de fazer depois da minha chegada? o que ainda cabe em mim e em ti, que não sobra, não ultrapassa, o que ainda serve? nossas palavras se tornaram mudas? nossos versos deixaram qualquer impressão de passado? o que se passa agora? o que nos faz hoje, depois da minha chegada, diferentes de dois dias atrás? ou dois anos?
o que sei são as coisas inevitáveis que alcanço daqui. e daqui, depois de abrir a porta, colher flores e enfeitar a mesa, vejo que tudo aqui parece completamente de cabeça para baixo. aqui ou sou eu? nada seria como antes, não é?
o chá, as flores, os beijos, a cumplicidade, as palavras todas que nos faziam maiores, tudo isso enferrujou. tudo o que está aqui hoje foi tocado pela severa presença do tempo. a menos que sejamos nós. sempre voláteis a enorme capacidade de mudança repentina. eu não sei.
deixo este bilhete. cheio de perfume. escritos com as mesmas mãos que colheram cedo as flores sobre a mesa da cozinha. a mulher que escreve, bem; talvez seja outra. ou a mesma menina que sonhava com o brilhante final feliz de sempre. depois de amanhã é agora. e sou daquelas que não vive esperando.
um beijo."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Depois de amanhã


"chego depois de amanhã. minhas malas, meus poemas. minhas meias saudades. chego depois de amanhã para desenhar a porta. achar a solução. chego para fazer e acontece. depois de amanhã. nem um minuto antes. porque ainda preciso ficar aqui mais um pouco. desmanchar as paredes. descolar os papéis. ainda preciso comprar chocolates para a viagem. preciso arrumar os cabelos. fazer as unhas num vermelho furta cor. (dor?). Preciso escrever alguns bilhetes. Preciso deixar a casa arrumada. Vem gente por aí espreitar da janela.
Chego depois de amanhã com todas as sílabas, todos os passos. todos os dedos. todos os músculos. chego pra gente desbravar outros caminhos. pra pintar de verde e azul qualquer desejo ou esperança. chego depois de amanhã cedinho, ainda antes do sol. para que juntos possamos aproveitar o dia, o sorvete, o presnte. porque está na hora de esquecer o passado, deixar de conjugá-lo no presente.
está na hora. está quase na hora.
me espere.
mas antes preciso deixar alguns beijos, alguns abraços, alguns carinhos.
Luíza, não se esqueça de onde deixei teu livro, na terceira estante. o bilhete, bem, depois você acha.
André, não se prenda a despedidas, eu sempre volto. como sempre vou.
Diana, meu coração, teu palco infinito, minha luz, minha cama.
Tom, espere pelo seu dia, hei de chegar e ainda falaremos das palavras que nunca foram ditas; e você, Clarice, aquele abraço de urso, de imensa saudade, de imensa paixão, que não vai. que fica. que permanece. que não esquece. que não possibilita pausa.

Depois de amanhã estarei aí.
Um beijo meu.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Engano


"recebo seu recado hoje. cubro qualquer página de flores e devolvo-te em resposta tão sublime.
não que me faltem palavras. não. é que do lado de cá realmente há um arco-íris e um céu colorido demais para dias cinzentos daí.
não julgo-te isto ou aquilo. apenas declaro minhas preferências. de certo, sou demais escancarada para me cobrir de ressalvas e esperanças. nunca esperei que fostes para mim nada além do que é; um cara.
desses que de vez enquando se esbarra na rua. desses que esquecemos o nome. desses que se perdem porque não deixam marca. acho que no fundo nunca me impressionei com você. sempre fostes aquilo que é; um cara. perdido. sem rumo que finge gostar dessa condição de se deixar leva.
não gosto de você hoje, nem amanhã. nem depois de amanhã que não será sábado. não gosto de você sempre. porque não tenho motivos para gostar. nunca na verdade esperei por nada; era certo que escreveríamos a quatro mãos qualquer coisa que falasse de nós. porém, foi engano achar que poderíamos escrever no mesmo compasso. somos qualquer coisa de opostos, qualquer coisa de engano.
pronto. não gosto de você hoje, nem nunca."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fim

"não sou da vodka, da noite, nem das festas. sou daquelas que vê a noite como reflexo de imagens invertidas, de dentro pra fora, de fora para dentro, como num ciclo vicioso e doloroso;as vezes.
nao, eu não sou daquelas dos romances chulos, de algumas noites, de qualquer palavras, gosto dos jogos sinceros, escancarados, abertos. como meu coração que canta na madrugada.
não. eu não posso ser aquela, da qual se esquece depois de um tempo com qualquer outra menina de cabelos laranjados, poucas e confusas palavras. eu, meio zomza com o estrondo da sua chegada, sou daquelas que desejam eternamente. sem aquele papo de que infinito enquanto dure. sou do amor do sempre. sem que este seja maior ou menor; do tamanho exato de mim.
não, eu não sou dessas de sentar em alturas a viajar em espaços estrelares. sou do aqui e do agora. do amanhã. viajar é preciso que seja em línguas, dentes, dores e música. não sei sumir no espaço, dar espaço para aquele silêncio esmagador. sou da fala como o vinho é para o sangue. verborragica;
e não venha me dizer que finais felizes não existem, que amor é coisa de novela, de teatro, de poeta. ser feliz no final é uma opção e não é simplesmente dizer que não liga. é ligar muito,. muito! e eu ligo.
por isso, para mim não é final porque não houve início. não é começo porque zelo por finais com beijos e música. talvez a diferença é que eu seja cinematográfica e você, bem, aqueles poetas que figem tão completamente que deveras sente, aquilo que inventa."

este é o meu fim. e pronto.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Olá meu queridos amigos!!

Finalmente o meu tão querido "Carmen" foi disponibilizado pela editora Clube dos Autores, onde vocês poderão comprar (e ficou barato a edição) e conhecer meu trabalho de uma maniera mais ampla. Carmen é o primeiro livro de uma trilogia, que narra a história de uma mulher que se propõe a uma reflexão sobre o amor e suas consequências.

Espero que me deem esse enorme prazer e alegria!

Megulhem de cabeça, seja como for!

http://www.clubedeautores.com.br/book/38406--Carmen

Um beijo da Mell

http://www.clubedeautores.com.br/book/38406--Carmen


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Meio


"depois da transa, o silêncio. depois de tudo que pensei que fosse explodir, apenas aquele silêncio de arrancar das palavras qualquer gemido desnudo. depois foi só isso. não houve depois. depois de amanhã é sábado e nem assim. tudo o que houve depois do início foi que aqui dentro tudo parece mais turvo, mais confuso, mais perigoso.
depois da trama, do drama todo que criamos juntos, partiu-se ao meio o nós e seguimos sozinhos, você e eu como estranhos que dividiram apenas uma transa.
não esperei promessas de amor. não esperei bilhete nem telefonema. mas, por que o silêncio tão cru, como minha pele nua que emprestei para que escrevestes? Por que?
Acho que não haverá qualquer resposta. somos atores, eternos farçantes. dionisíacos e presos a ideologias da paixão. amar é coisa intocável, como sua palavra. suspensa."

Início

Lua minguante. Um cigarro aceso encostado no cinzeiro. no som qualquer grave do jazz a sussurrar como você em meu ouvido 'tire a roupa'. eu, depois da última cena, na coxia, obedeço, cautelosa, com medo de seus instintos que de qualquer modo despertei. Beija-me com aqueles lábios de uma fome urbana, boêmia. queres de mim qualquer carinho que te faça remexer dentro de ti. dou-te sorriso manhoso e no fundo entendo mais do que pensa sua forma agreste de me atacar.
queres me revirar do avesso. esquece que o meu avesso encontra-se consigo mesmo. somos pólvora. agora não lembro.
desfaço de todas as imprudências e revelo-te meu seio e te peço; dorme. para que amanhã nasças outro.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Alguém

"ela dizia não ter nome. dizia não saber amar porque aprendeu a lidar com o coração ainda cedo, quando amou e não viveu. ela disse que preferia a noite que o dia. falava das estrelas sem sonho. sem encantamento. ela dizia que não queria colo. não queria carinhos. que não queria abrigo. morava em qualquer canto de qualquer esquina que fosse-lhe necessária a permanência. ela tinha um olhar que desassossegava qualquer homem ou mulher que nela parasse os olhos por poucos segundos. ela era uma espécie de fetiche, de fantasia, de mulher femme, de beleza agreste que fazia sofrer os outros sem sofrer em si.
de fato nunca ouvi seu nome, por isso, qualquer nome concedia a ela sem que ela mesma percebesse. ela queria se libertar mas se prendia mais. se expunha ao óssio e ao ofício com a mesma precisão dos gestos e sentidos. cabia em versos e em xingamentos. ela dizia se importar com poucas coisas. cigarros, dinheiro e qualquer outra coisa que lhe dava um ar longe de alegria.
depois, sentava para se expôr como numa fotografia até o ponteiro indicar o fim. pegava a bolsa, ajeitava os cabelos e ia-se porta a fora querendo encontrar qualquer outro que deixasse que ela escoasse seus excessos doloridos. "

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fragmentos de Narah


Começo sem saber por onde nem por que. Sei que dou o pontapé inicial para tentar me safar desse início que mais parece fim. Dou o primeiro passo. Arrisco o escuro. Preencho o vazio do ponto final com uma exclamação. E rio, pois, ainda não disse nada.

Queria que essa história fosse de amor. Mas parece mais um desastre, um acidente. O sol está quente. Parece que no fim do dia vai chover. E esta é a impressão marcante desse pseudo-romance. Um dia bonito com final chuvoso.

Acho que esqueci de me apresentar. Tenho os olhos de um castanho seco. Parece que a dureza dos fatos foram submetidos a doçura deles. Tenho o coração cheio de esperança, ainda que fale do fim. Tenho nos ossos a camada mais grossa de uma poesia que foi se construindo, se misturando aos músculos e ao próprio sangue, antes, durante e depois de tudo. Tenho na palavra o prazer de um verbo hemorrágico. Contamino pelas vias de fato. Tenho um faro apurado para os perfumes doces. Uso qualquer coisa entre pimenta e rosa. Tenho medo de escuro. Não gosto do silêncio. Tenho certo fascínio por espelhos. Acho que nasci narcisista. Tenho a vaidade na ponta dos dedos. Sempre gostei das alturas. Também me sinto atraída pela profundidade. Gosto dos finais, sempre preferindo o meio das histórias. Tenho muito que dizer e tenho tempo. Resolvi ter. Acho que no fundo tudo é uma questão de querer ter.

A outra parte da história ainda é mistério. Vamos juntos percorrer as laterais. Corroer para se chegar ao âmago. Sinto que começo pela moldura. A pintura está além dos olhos. Pressinto que sou mais música que forma. Estou no ar. Sempre tentando abrir o pára-quedas. Em queda livre. Liberdade é andar descalço. Pisar na terra. Liberdade é se deixar ser. Sem qualquer remédio ou controle. Eu acho.

Enfim dou-te aos poucos de mim e dos outros que andam comigo caminho tão cheio de segredos e desertos. Sou feita de uma matéria bruta. Um querer quase involuntário. Descanso entre ser e não-ser. Acho que no fundo sou uma tentativa. Acho que no fundo somos todos, esse acúmulo de quereres e tentativas. Ser é obra pronta. Intacta. E não posso assumir a forma de uma representação única. Sou múltipla.

Ana é o primeiro personagem dessa história. Uma Ana distraída e suspensa. Uma mulher com ares de primavera. Uma flor exótica. Uma Ana de cores quentes e muita febre. Trouxe pães de mel para o primeiro café da manhã. Algumas hortênsias na minha cabeceira. Um beijo nada delicado. Ana foi o princípio e o fim de uma história que anda começando assim, meio torta. Assim como eu. Como você. Como nós. Foi uma paixão a primeira vista. Sambista. Amor de samba-canção. De papo em papo, de bar em bar. De línguas e dentes. De carnes e flores. Ana com suas fábulas. Com suas fomes. Com suas noites urbanas. A própria Ana era uma espécie de fábula. Parecia aquelas que de um livro foram arrancadas.

Estou do lado de fora e Ana é a lembrança. Suas noites inquietas. Sua fala apressada, seu olhar de ânsias. Ana era tudo aquilo que eu amava e detestava simultaneamente. Se é para ela que escrevo? Escrevo para espantar os fantasmas. Ou para não esquecer. Porque assim me encontro com o outro lado do mistério. Vejo o avesso. O reverso. Ou escrevo por pura vaidade. Quem saberá?

Seria fácil endereçar a ti ou a ela. Ambos estão na espreita. Mas prefiro o desafio de escrever para mim mesma. Atravessar a ponte. Ir para o outro lado.

Tudo não passa de uma grande mentira. Escrevo porque quero alcançar qualquer um que deseja. Qualquer um que conheça ou deseja experimentar essas nuances embaralhadas de amor ou desejo. Ah! Esqueço de vez em quando de me lembrar das coisas e acabo de lembrar por acaso do sorriso dela. Sorriso de boemia. Tento escrever uma palavra próxima da verdade. Mas o que há de verdade no que digo aqui? Acho que no fundo do tacho daquele doce mais gostoso é onde mora o perigo mais proeminente. Doçura demais também dói. E Ana, em sua doçura agreste fazia doer um bocado. O que de fato doía? Bem, doía a intensidade com a qual ela se entregava a vida. Doía porque Ana se doava a medida que se perdia. E se perdendo ia se largando de mim de tal modo a não ter mais volta. E isso era o que doía mais. Eu acho.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Acordo

Vamos deixar assim como está.nem você, nem eu. vamos fazer de conta que o instante congelou e que com ele levou todo o sentimento.
vamos fazer assim. deixar que as folhas encubram as lágrimas.
que o sol ofusque nosso brio.
façamos assim, cada um inventa um fim. cada um descobre novo caminho.
vamos ficar assim. estatelados, assustados pelo começo. surpreendidos pelo fim.
mas não sejamos hipócritas, não roubemos a poesia.
façamos assim: nem você nem eu, que sobreviva o nós. como sempre antes e que ele nos conte mais tarde o que precisava ser dito.
vamos deixar assim, cálida a tristeza, o riso mudo, a falta de ar evidente. nos vemos pois amanhã. onde tudo será brevemente.
deixemos que nossos riscos sejam filtrados, que nossa saliva amargue. ou endoce. porque hoje é preciso que se calem qualquer dos verbos mal(ditos).
ficamos assim.
nem eu,
nem você;
o instante.
para que ontem nunca se finde.
para que hoje tenha fim.

...e deixa que as notas dessa canção falem mais do que nós. só por hoje!

"Liguei para pedir socorro.

Não soube.

Fiquei MUDA!"

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Carta número 4

Eu te leguei ontem. Lembrei da primeira ligação onde me atrapalhei toda com sua tranquilidade. Lembrei das poucas palavras que ouvi, do calor do verão e pude até ver seus olhos, aqueles de um verde-azul a me apaixonar sempre.
Eu te liguei ontem e pude perceber que o tempo havia passado. (que muitas palavras e ligações haviam acontecido desde a primeira.)
notei ontem um certo economizar de versos na sua fala. notei ontem, logo na noite alta que não havia tanto frescor como antes.
Eu te liguei ontem e não sei se sou eu ou você que de longe; perdeu aquele brlho tão encantado de ontem.
Eu te liguei e minhas palavras saíam costumeiras, balzaquianas e corriqueiras. pareciam perdidas numa realidade a sufocar meus versos tão dionisíacos.
eu me perdi na dobra da realidade. fiquei presa num cotidiano que desejei porém me consome.
Eu te liguei e mesmo de longe não senti o beijo molhado daquela primeira ligação, de antes, de muito antes.

Onde Deus possa me ouvir


Sabe o que eu queria agora, meu bem...?

Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém.

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair.

Adeus...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Do levar

Te levo assim, como patuá.
Levo sorriso de garoto;sorte.
Levo lágrima salgada;amor.

Te levo assim, como baú.
Camisas sujas de batom mais vermelho.
Bilhetes amarelados do tempo de tanto tempo antes.

Te levo assim, como fotografia.
Momentos congelados pela emoção do segundo.
Certezas que se desmancham quando cai chuva.

Te levo assim, como documento.
Indentifico-me pelo amor.
Registro nos fatos suas digitais.

Te levo assim, como vício.
Cruzo contigo no corredor.
Trmbo com você no escuro sombreado do quarto.

E descobro que não te levo, mas te tenho.

sábado, 15 de janeiro de 2011


Por Que
(otto)

Por que você me quer assim,
Triste e traiçoeiro?
Se eu posso dividir meu corpo,
meu amor

Pra que ficar assim desesperada,
se ele falou que não lhe quer
até de manhã?
Vou esquentar os pães, seus dedos,
até de manhã.
Vou esquentar os pães, seus dedos.

Por que você me quer assim,
Triste e traiçoeiro?
Se eu posso dividir meu corpo,
meu amor

Pra que ficar assim desesperada,
se ele falou que não lhe quer
até de manhã?
Vou esquentar os pães, seus dedos,
até de manhã.
Vou esquentar os pães, seus dedos.

Na vida
Tenho muito o que dançar
para aguentar o peso
para parar de pensar no erro
Por que você não quer
ficar tranquila um pouco?
Seu rosto é mais bonito rindo.

Pra que ficar assim desesperada,
se ele falou que não lhe quer
até de manhã?
Vou esquentar os pães, seus dedos,
até de manhã, vou esquentar os pães, seus dedos.

Por que você me quer assim,
Triste e traiçoeiro?

Por que você me quer assim,
Triste e traiçoeiro?

Por que você me quer assim,
Triste e traiçoeiro?

Ontem


eu morri ontem.
(na porta da rua)
eu morri ontem.
tentando não ser sufocada pela ilusão do amor que jurei sentir.
eu morri ontem.
(sozinha embrulhei o sentimento no papel de pão.)
engoli qualquer palavra que queria se esparramar.
misturei minha carne com os cacos de vidro e tristeza; das garrafas dos bêbados e apaixonados da rua.
eu morri ontem.
esqueci de avisar das contas pagas em cima da geladeira.
esqueci também de ligar para você e dizer adeus.
esqueci um cigarro aceso.
esqueci minha carta mal escrita num livro qualquer.
eu morri ontem.
(deixei recado apenas que havia saído, que precisava passear.)
mas tudo o que pude fazer foi morrer, ontem.