Entre papéis, canetas coloridas, cigarros, músicas, chicletes e sentimentos, eis que surgem os excessos, que de qualquer forma precisam ser escoados...
sábado, 15 de janeiro de 2011
Ontem
eu morri ontem.
(na porta da rua)
eu morri ontem.
tentando não ser sufocada pela ilusão do amor que jurei sentir.
eu morri ontem.
(sozinha embrulhei o sentimento no papel de pão.)
engoli qualquer palavra que queria se esparramar.
misturei minha carne com os cacos de vidro e tristeza; das garrafas dos bêbados e apaixonados da rua.
eu morri ontem.
esqueci de avisar das contas pagas em cima da geladeira.
esqueci também de ligar para você e dizer adeus.
esqueci um cigarro aceso.
esqueci minha carta mal escrita num livro qualquer.
eu morri ontem.
(deixei recado apenas que havia saído, que precisava passear.)
mas tudo o que pude fazer foi morrer, ontem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A morte é uma forma de renascimento.
ResponderExcluirCarpe diem.