
"Ana, qual tua angústia mais profunda? De que são feitos esses olhos de pedra tão bem esculpida? Qual o nome da tua fome? Qual a fala bandida que te azucrina, antes de te apaixonar? Onde em tua face delicada cabe a indelicadeza dos teus chamados tão medíocres? Qual lado de verdade existe em suas mãos tão afoitas e sadias?
Ah Ana! eu não sei se de te me livro, se em ti me derramo a me perder sem qualquer limite.
Onde no teu corpo tão miúdo, cheio de respostas sem perguntas, mora a sensatez? Quais das partes de ti é uma mentira daquelas absolutamente levianas?
Ah Ana! acho que todo teu mal encerra em teus lábios tão astutos e violentos. Cala-te uma noite de suas lamúrias, depois te digo onde mora tamanho perigo no teu existir.
Qual das cores é tua? (se de eterno colou-se o negro da tua pele robusta!) Qual das tuas censuras são de fato eternas venturas? Onde em ti está aquela sagacidade tão menina de querer e ter sem medidas? Nos teus cabelos há força ou desvios?
Ah Ana! conheço-te pelo faro bandido, banido de suas roupas quando dormes. Se te tenho nua, seu corpo mora pecado-ternura-solidão.
O que abrigas senão falhas e sonhos, cascalhos e poesias mastigadas, escritas em guardanapos tão vagabundos como a intenção de quem te rouba sorriso tão doce? O que te fascinas tanto na vida para que de gana sobreviva assim, violenta e absurda? O que te faz ser tão cheia de nada e ainda sim ser tão repleta de si?
Ah Ana! Eu não te entendo. Não entendo o amor que me come as vísceras todas as noites que de ti meu corpo chora saudade. eu não sei, e prefiro, de fato, morrer contigo sem qualquer entendimento."
Olá Mell!!!
ResponderExcluirSempre bom receber sua visita por lá. Saudade!
Adorei o texto.. tão intenso e ao mesmo tempo simples. Beijos =*
Olá, querida Mell.
ResponderExcluirTexto lindo e acima de tudo poético, esse. A intensidade desse sentimento e a escolha certeira das palavras.
grande abraço!
Ah, Mell, minha querida! Você sempre me encanta com a sutileza com que escreve os textos mais profundos.
ResponderExcluir"Ah Ana! conheço-te pelo faro bandido, banido de suas roupas quando dormes. Se te tenho nua, seu corpo mora pecado-ternura-solidão."
Eu seimplesmente amei muito esse trecho. Não há explicação.
Você continua a revigorar-se a cada queda, e não sabe o quanto isso me deixa feliz. Que bom que você está bem. Me mande notícias sempre. Nunca esqueça, por favor, pois, eu não deixo de lembrar de ti.
Ô Mell,
ResponderExcluirque bom ter notícias =]
e notícias alegres, o que é melhor!
Por aqui segue tudo bem. Corrido, apenas, rs.
Ahhh, quero saber desse visual =] manda uma foto por e-mail, rs.
Beijos em você e nos pequenos!!!
lindo texto, minha querida... saudades de vc... apareça! bjos... CLÁUDIA!
ResponderExcluirUma sutileza, com tamanha delicadeza que ao mesmo tempo toca na ferida! Adoro lhe ler Mell!
ResponderExcluirFica convidada em ler meu último post,
Um beijo e bom feriado!
toda vez que eu vejo aqui me pego e apego....sabe, os seus textos são tão meus...e vamos considerar coincidência eu, semana passada, ter comprado um colocar escrito ana, ta?
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