terça-feira, 15 de junho de 2010

Do amor que desejo



"Eu queria te amar assim. Repleta de reflexos da tarde. Queria me embrenhar nos teus braços e esquecer quanto tempo falta para a hora da sua partida.
Queria ficar assim, estática, num abraço demorado, numa emoção congelante, a tirar de mim o ar dos pulmões tão vivos na tua espera.
Eu queria te amar assim. Dando saltos ao teu encontro. Ouvindo qualquer bossa no ouvido. Sorrindo qualquer lembrança sua.
Queria estar assim, em permanente estado de entrega. Dar-te todas as dobras da minha vida em cartas feitas em madrugadas de frio e insônia.
Eu queria te amar assim, desmedidamente. Como criança sem qualquer limite, desvenando a palavra liberdade e escrever em meus olhos, qualquer jura que de vez te convencesse do amor desastrado que sinto.
Queria que me amasse exatamente assim, com carinho e respeito. Com afagos e segredos. Com pedidos de casamento todos os dias. Com gemidos e cumpliciades de tempos antes.
Eu queria te amar com a mesma certeza de que existem estrelas. Com a mesma fúria dos vulcões e das tempestades. Queria na calmaria de um beijo sufocar qualquer saudade que ficou para trás.
Queria segurar suas mãos, andar pela rua, abraçar na praça, esquentar suas palavras para mais tarde torná-las sensações desesperadas. Porque de amor sei que estamos sendo curados. porque de dores se refaz nosso afeto.
Eu queria te amar assim. E te amar e te amar e te amar...

Porque neste instante de manhã tão fria, amar você é qualquer coisa de quente que me esquenta agora!"

No som "Sonhos" e um incenso de Laranja para enfeitar. Na boca o amargo da nicotina para temperar nossos beijos.

2 comentários:

  1. O amor é um sujeito engraçado... faz-se nosso e entoa a dor aos lares e mesmo assim ainda se faz necessário! bjs moça.

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  2. mell

    adorei o 'tom' suave das paredes. Enquanto o amor passa por aqui.

    beijos

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