segunda-feira, 7 de junho de 2010

Do sujeito


"...Sujeito. Finito. Verbo de ação. Variações entre o abismo e o salto. Proporções alteradas. Visões absolutamente subjugadas.
canções e silêncios. passos pouco acelerados. razões e sentimentos embaraçados. Sujeito. aquele que transita entre a formação do possível. aquele que acredita que no eterno, no infinito. mas o que de fato existe? (certeza e um fim).
...
No som, borbulha qualquer barulho a deixar que ela não pense mais nada. Não é necessário pensar. é preciso que se viva com qualquer urgência. é necessário gastar os sapatos. é necessário. Ela precisava encontrar qualquer sonoridade a compactuar com sua emoção exorbitante dentro do peito. era necessário que de música fosse consumida. para que de longe quem observasse ficasse convencido de que existia de fato qualquer finitude nela.
A paz que exalava dos movimentos era quase como um abraço no ar, isso também era necessário, para de que companhia não morresse só. enganava as borboletas no estômago com qualquer chicletes rosa que mascava desesperada. aumentava a sensação de medo. mas a paz que exalava de seu gesto emudecia qualquer saudade ou guerra.
Teimava em acreditar no eterno, apesar de tantas vezes efêmera. Alguma verdade precisava ser absoluta. mesmo que custasse caro. talvez comprasse uma mentira e dela fizesse verdade para que de ânsia não morresse sem qualquer certeza.
A música ainda sim jorrava em seus ouvidos qualquer uivo. prescrevia ilusões, ideais, que ela não acreditava, mas fingia. não conhecia o profundo, mas apostava a fundo em qualquer tiro no escuro.
Queria porque queria a palavra sempre como companhia. mas não tinha. 'sujeito. finito'. fiava-se apenas na pequena delicadeza de cantar qualquer vontade. e ainda sim pensava, "hei de me enganar, sendo eterna, ainda que esquecida".
... ainda sim, sujeito. finito!
e era tudo que podia pensar. conflitos musicais numa tarde de inverno flutuante."

5 comentários:

  1. quando a música fecha as portas não deixando a palavra entrar, cantar é o que resta.
    bjs!

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  2. dona moça,

    que bom ter notícias suas.
    comigo está tudo indo. resta saber para onde...

    ando numa correria. tantas coisas. falta-me tempo.
    até mesmo para aparecer aqui. fique chateada não, viu?!

    qualquer dia desses, tomamos um café e falamos da vida e de poesia :)

    um beijo,
    cuide-se.

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  3. saudades de vc, coisa linda! te amo muito, viu... bjos na alma...

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  4. Você sempre consegue me surpreende...

    saudades de nossas conversas

    abraço

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