quinta-feira, 24 de março de 2011

Fragmentos de uma despedida


"eu te vejo ir sumindo. sem deixar qualquer bilhete. sinto sua partida como quem pressente o próprio fim. acabou.
(mas, o amor acaba?!)
mofa sua roupa e seu perfume aqui. vazio de partida. nada. retumba o som dos teus pedidos e desejos. silêncio. pontas de cigarro no chão. pedras coloridas dissolvendo no estômago. palavras. cada palavra tem uma cor.
(qual a cor da saudade?)
sua palavra fria a retumbar meus ouvidos ainda inflamados de amor. crueza dos fatos subordinados. abandono. retumba implacavelmente suas palavras de amor agora. o resto da vida durou um ano e três meses, não?
(c0mo se mede o tempo?)
devolve só a paz. aquela que me touxe quando chegou. devolve só o olhar amendoado brilhante. aquele que um dia te encantou. depois bate a porta. não olha para trás. segue. afinal. precisas de amor de alguém que de fato quer-te muito além de mim. o meu amor por ti não serve. erva daninha.
(destruo tudo que toco?!!, acho inevitavel isso.)
vais embora então. malas por fazer. decisão tomada. fim. e depois do fim, o que se diz?
Não entendo. peço ao tempo que me faça esquecer. pois lembrar é saber que perdi o homem que mais amo em toda minha vida.
não faço súplica,
desabafo.
Eu amo você apesar de acreditar que jamais saberei fazer você feliz.
Obrigado por tudo. por todos os dias, horas, segundos.
cada palavra, carinho, gesto."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atente-se para o Indizível: