segunda-feira, 14 de março de 2011

Escombros II


Minhas cartas escorrem chuva;
escorrem lágrimas de uma saudade inexistente.
Nas minhas cartas, palavras secas desenham passado.

Eu não sei.
o barulho pertinente do adeus, agora escorando nas janelas da sala.
não sei se escuto. se deixo como memória.
espero apenas pelo dia em que fantasmas tenham desaparecido.

Minhas cartas, daquelas que deixava sobre a mesa da cozinha,
escorrem sangue de um vermelho rubro.
as palavras proferidas, derramadas ou inventadas, vem de um in-tento!

Não sei,
não posso saber. tenho certeza do abismo. sub-humano.
qual seria a condição de quem ama? resposata que aguardo. ansiosamente.

Minhas cartas, nelas peso. carvão. chumbo.
material este de que se faz dentes e alma.
não separo. as entranhas são o meio. e estar no meio é viver de absorção;

Não me pergunte motivo algum da minha fala,
estou a passos largos de finais, ando tortamente no intervalo do climax para o fim.
no fundo finalizar alguma coisa é desistir.

e eu não posso.
ainda pulso.

7 comentários:

  1. E que continue pulsando com suas palavras tortas, confusas e excitantes.
    Bj bj bj
    Me responde... você tem twitter?

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  2. Como eu gosto de tecer missivas, compondo linhas inteiras de um diálogo que nem sempre alcança o outro porque as vezes eu os reservo pra mim...
    bacio

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  3. ''as entranhas são o meio. e estar no meio é viver de absorção''


    Eu sempre me arrepio com teu modo de expor os sentimentos em palavras.

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  4. perdoa meu sumiço? :)

    tanta coisa - o tempo me escapa pelos dedos... agora que as aulas começaram e o novo estágio, estou numa correria!

    se precisar "bater um papo", manda e-mail para mim :)

    tem aquele que você conhece e o e-mail do blog.

    beijo em você e nos pequenos.

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  5. a gente pulsa e ferve enquanto te lê

    (L)

    ta lindo este


    beijos flor

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