sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ao homem que amo


Meu amor,


Suas palavras me acertam com certa mácula. Procuro nos teus olhos qualquer sinal de verdade. Mas encontro apenas sonho.

Suas mãos me levam para certo maravilhamento que não descrevo. Sinto. Entrego-me ao seu desmedido toque e me a-lu-ci-no!

Teu beijo, tão doce e feroz, arranca-me a alma como se para o lado de fora, exposta, contasse-lhe segredos que não revelo, mas que você insiste em se apropriar deles. Para que no íntimo mais secreto, eu também seja sua.

Seu corpo, quando pesa sobre o meu, num ritimo acelerado, convence-me de que a sincronia existênte entre nós ultrapassa qualquer combinação melódica. Inventamos a nossa música. Nos deixamos atentos aos sussurros. Criamos nossa (des)armonia.

Seu sono, tranquilo e silencioso, quando observo, leva-me ao desejo de cavalgar contigo. Vasculhar os cantos do seu país tão desconhecido. Desejo navegar em tuas águas tão limpas. Causa-me delírio o teu sono profundo. Vejo dançar sobre teu rosto um menino tão puro.

Seus cuidados, atenções e compartilhamentos me enchem de alegria. Sinto que posso descançar ao teu lado, adormeço em teu ombro porque em ti tenho a calma que busco. A paz que tantas vezes me foi negada.

Me entrego sem qualquer culpa. Amo-te sem qualquer medo. Poque amo-te com um amor maior que compreendo. Que alcanso. Mas que sinto.

Seus olhos, desse verde-azul tão fascinante ah! esses DE-LI-RO! Danço lá no fundo, abrindo cada vez mais sua pupila. Entrando cada vez mais fundo para dentro desse coração tão humano e sensível que me abriga.

Eu te amo. Perto ou longe.

Seja como for.

M.

(nos som "eu te amo" e um incenso de Sândalo. Na boca o seu gosto, que o vento dessa manhã tão fria me trouxe assim que abri os olhos e senti sua ausência tão profunda!)

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