quinta-feira, 5 de novembro de 2009


De repente estava num deserto, não sabia se meus passos eram direção ou dimenssão, estava apenas ali, de corpo inteiro, sem a mesma coragem de antes, mas com a mesma ousadia.

De repente, palavras eram companheiras de sol, de lágrima, de sal, e a música era apenas a que escutava em ecos dentro de mim...

De repente, os olhos já não viam, era como se em espécie de encantamento eu estivesse apenas ali, sem ter a certeza de que partilhava de um corpo diferente naquele espaço todo, parecia que éramos um em comunhão com o universo.

De repente, estrela e lua brilhavam ofuscando qualquer alcanse de visão e ali sentia filha, filha de uma mãe gigante, de uma mãe que carrega todos no colo, e que não só acolhe, como desvenda, ensina, destrói até.

De repente, minhas mãos eram barro e em minhas costas grandes asas batiam rumo a liberdade tão desconhecida...e meu coração saltava, como se dentro de um sonho caíssemos sobre a cama, suados.

De repente, tão de repente, que parecia apenas delírio...

e o mais assustador,

era a realidade, bruta, como a flor do meu querer.

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