terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Obsessão!

Vibro alucinante na palavra proferida.
Construo consciência a partir do verbo.
Não concebo a vida sem esse exercício tortuoso de ouvir a vibração sufocante das palavras.

Molho-me de uma chuva inventada
e em instantes estou absolutamente ensopada de palavras tão vivas como as gostas a me escaparem por entre os dedos.

Sofro do pior bem e do melhor mau de cada um.
Porque sugo de qualquer forma a essância primordial da matéria que faz palavra.
Afogo-me na bondade do gesto humano, como faço dele sacrifício de criação.

Aproprio-me não só do instante,
mas do olhar.
Ocupo não só o espaço,
mas a existência.
Debruço-me não só na vida,
mas na morte.
Porque fazendo isso
qualquer hora esbarro no mais tangível e no menos provável
e dou de cara com esse fantasma tão peçonhento
que é o verbo ainda não terminado!

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