quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Do Eu I


A minha alma é feita de poeira.
Sou construída pela diversidade.
Enfeitada pelo acaso e descontruída pela intenção dos poetas.
Minha pele, tessituras vivas, transpiram ferrugem.
Sou chumbo e tenho imensos segredos.
Mas encosto a ponta dos dedos em todas as texturas.
Sou palavras cravadas com sangue e lágrima, mas o riso ainda que muito torturado vaza por poros ainda não dilatados por completo.
Sou imensidão e meu verso é concebido pelo acidente, pelo pulsar de qualquer coisa dentro de mim.
Minha palavra é infinita como meus passos,
minhas mãos tocam paraísos que pedra a pedra construo.
Meus beijos e sarros são inventados segundo uma invasão que não descrevo, sinto!
Não possuo sequência, capítulos, sou tida como possibilidade.
Sou dualidade e não oxído.
Pluralidade na contra-mão do juízo, partindo da racionalidade para o sonho, para a fantasia.
De alguma forma sou apenas um pedaço,
sendo inteira em todas as coisas.

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