domingo, 17 de janeiro de 2010

Em flor

Abrirei meu coração para que mais tarde, amassado alguém possa fazer dele uma folha de rascunho.
Abriei também meus braços, arqueados para a solidão e o abismo, talvez eles posssam encontrar por misericórdia, um abraço, uma brisa ou uma despedida.
Levarei daqui apenas as lembranças mais limpas, aquelas que vinham de inocência e amor, que hoje, depois de tantas coisas, estão todas sujas.
Se permitir, levarei uma canção, uma rosa e um porta retrato vazio, essas coisas me farão lembrar o quanto fomos felizes e doentes, por tão longo tempo.
Estarei algum dia à espera de um convite para um café. Estarei um dia à espera de uma carta ou um recado. Não um pedido de volta, mas um pedido de paz. Estarei sentada sobre uma pedra, lembrando de quantos caminhos trilhamos e abortamos. Quantas verdades esquecemos e em quantas mentiras acreditamos.
Meus olhos estarão colados no céu, não importa noite ou dia, eles estarão lá...lembrando-me o quanto estarei livre.
Em algum dia se lembrará de mim. Com o peito em flor, cantando qualquer coisa para suprir a necessidade da fala e da farsa!

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