sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Você!


Pergunto-me se eu queria ir ou ficar e a esta altura já não me importava o quanto havíamos caminhado.
Falou-me da importância do amor e de como amar fazia com que nossos corações se alimentava.
Pediu-me as mãos frias e tentou ignorar o enorme abismo que se dissolvia entre a nossa imensa realidade e a tão desejada fantasia.
Pediu-me um beijo antes que fosse tarde e já não sabia precisar a medida do tempo em nossas vidas,conhecia apenas a imensa vontade de nunca lhe abandonar.
Andou sobre os meus escombros e me carregou no colo apenas para provar-me o quanto podia ir longe ao meu lado e não se importou quando fechei os olhos querendo que o sono me levasse.
Amou-me como quem ama prestando atenção em todas as frases, em todos os detalhes, esperou com que meu corpo dilatasse e dentro dele viesse morar sem qualquer culpa ou medo.
Amansou as palavras que me enlouqueciam para que de delírio morresse apenas nos teus braços e supriu a necessidade de tantos que aiinda circulam em mim.
Ensino-me a enorme liberdade. Deixou-me livre para que eu não pudesse fugir.Para que só depois, em algum lugar tão longe ele pudesse anunciar meu cativeiro.
Deu-me suas mãos, teus beijos, tua fala e teu sexo. Deu-me o enorme prazer das coisas fugidias. Domesticou meus instintos tão selvagens como seus olhos, tão azuis como o céu de um abril que nasce pela manhã.
Rompeu em mim o imenso silêncio que carregava e encheu de fúria meus dias tão claros.
Vestiu-me de amarelo, rosa, laranja e vermelho, fez com que eu esquecesse o preto por algum momento, estou de luto colorido.
Desbotou minhas lágrimas de um sangue tão vivo ensinando-me a sorrir, devolveu a vivacidade das emoções esquecidas.
Conheceu-me tão inesperadamente como não saber o instante seguinte e fez nascer em mim mulher tão esquecida!

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