sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


Eu queria saltar daqui para os tes braços. Me perder na claridade dos teus olhos sem ter medo de um dia me machucar. Queria roubar-lhe apenas um beijo que doce derretesse nos meus lábios sempre.
Eu queria apenas que suas mãos, macias e perigosas rompessem os meus instintos e me ensinasse vagar por caminhos ainda desconhecidos. Mastigar a palavra para que saia apenas gemidos e que meus olhos, vidrados e maduros, completamente dilatados se espalhassem na imensidão que te vejo. Queria que tudo fosse a única realidade possível, a fuga desse lugar para o teu mundo. Deixar pés cravados na areia para que um dia a pista do meu destino se vá com a onda mais perigosa do mar.
Eu queria sempre poder ser tua, preencher meus espaços com as sobras do que existe de mais bonito em ti, e assim descansar sobre teu colo tão grande, que vai ganhando a forma inesperada e pequena do meu corpo. Queria atear fogo em todo o resto. Acender poucas velas e deitar com toda a minha insanidade sobre sua face mais absurda.
Eu queria te amar assim como amo, desesperadamente, para que meus pulmões cheios de ar, respirem não só a tua vida, mas também seja de alguma forma a sua morte.
Eu queria, meu amor, apenas aquilo que você me oferece, a liberdade do meu espírito e resto todo que vem junto, as malas, as panelas, o relógio, o maço de cigarros vazio, porque existe em nós qualquer coisa de mais bonito, de mais humano, que nos faz ser um em dois eternamente.
Eu te amo!

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