domingo, 17 de janeiro de 2010


Fecharei a porta e não olharei para trás. Não falarei palavra siquer que defina a despedida. Apenas irei, sem que meu passo seja rastro para que me siga.
Deixarei o cheiro no travisseiro, na roupa, no ar, levarei apenas o corpo, ainda que este pouco caminhe.
Fecharei a porta para que nunca mais se abra. Deixarei que ela se cale na imensidão da rua. Deixarei que a rua me leve, caminho que queira apenas as asas que carrego. Não tenho nada, apenas estou de olhos fechados dando as costas para uma porta tão azul quanto o céu desse maio tão frio. Não voltarei para buscar as correspondências, nem meus sapatos. Qe fiquem esquecidos, assim como as lembranças.
Vernek

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