terça-feira, 9 de março de 2010

Desculpem,
mas a tristeza eu deixei na outra bolsa.
Esqueci de colocar aí dentro, que dessa vem apenas o beijo.
Desculpem,
mas nesta há só aqueles papéis de bala com recados apaixonados e bilhetes desejando uma noite safada.
Desculpem,
mas essa tristeza que guardei numa bolsa multicolorida nada tem de encantada para que todos vejam.
Roubei o poema da liberdade e acredito poder sem pressa inventar a minha lágrima.
Desculpem,
mas esta é a bolsa do errante apaixonado,
algumas cartas, batons e cigarros.
Perfumes e pedaços de panos desnecessários durante a noite que nem sempre esteve estrelada, mas sempre quente,
como o sangue, o toque, a língua.
Desculpem,
mas a tristeza mudou de rumo, foi morar em bolsas de fundos falsos para se esconder do mundo,
foi se aconchegar mais no inteiror do mundo,
para que não ocupasse espaço entre os apaixonados.
Desculpem,
pela insistência no assunto, na permanência fixa da idéia de que a tristeza mora em outra bolsa.
Talvez porque nesta caberia suas falas, suas lágrimas, suas caras;
mas vesti a tristeza de amor,
um amor bem vermelho,
bem vivo,
para que se confndam as bolsas e esqueçam de prestar atenção em meus olhos!

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