sábado, 13 de março de 2010

Não**

Não é exagero ou mentira quando fecho os olhos e te vejo.
Não é absurdo quando na minha palavra te aprisiono e faço-te meu.
Não é mentira quando ao telefone choro porque não sei o que faço com a solidão que sinto quando longe dos teus braços.
Não.
Nada é tão aceitável quanto sua mão estendida,
sua palavra bendita,
seus olhos de chuva.
Nada é tão crucial quanto sua mordida na nuca,
seu pedido de desculpas,
seu bom dia atrasado no meio da tarde.
Não.
Não é extremo quando me perco nas extremidades do seu corpo
e me encontro dois dias depois, dolorida e feliz...resmungando como tudo foi bom!
Não é assustador, pavoroso quando bem tarde encontro-te ao avesso dentro de mim
vasculhando meus desertos para ver se me encontra ainda inteira ou em partes,
porque assim escolhemos nos amar.
No meio de perdas e encontros, ainda que lágrimas façam parte dessa terrível doçura.
Não.
Não me fale em absurdos, somos tão geniosos, tão passionais. tão apaixonados,
que não nos cabe avaliar se temos atos de loucura....
Vivemos numa explosão, estamos sempre em prolongamentos, extenções...
estamos sempre à margem do mundo...
Não...
Não se importe quando digo meus absurdos,
quando vejo-te no reverso do meu avesso,
quando dou-te um beijo-mordida e te peço com jeitinho que me aperte só mais um pouquinho...
O resto,
aquilo que não podemos apalpar. sentir entre os dedos com tanto tesão ou ternura...
deixa...
escorre em confluências para dentro de nós e vai nascendo bem devagar como todo amor deve acontecer!

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