segunda-feira, 15 de março de 2010

Do amor que sinto

Ao som de "Corsário"
e um incenso de Jasmim.

Chegou despreocupado em dia de festa.

Tomava qualquer coisa e mascava um chicletes para ver se não fumava tanto!

Foram cinco horas de uma conversa de anos. Alguma tentativa de falar ao telefone, em vão.

Depois da meia noite, outro encontro, outra conversa;

as almas já saltavam pelas pupilas que já dilatadas, denunciavam o acidente.

Chegou trazendo o azul, o verde-azul da esperança;

Impregnou em mim como colado à parede um quadro.

Fez fugir os medos e transformou o luto num colorido de encher os olhos.

Trouxe o amor em festa dionisíaca.

Veio espalhando manhãs ensolaradas em mim.

Veio trazendo a paz, embora tantas guerras.

Depois de tantas fugas, um encontro de entrega fatal, já tínhamos qualquer coisa de um, em dois.

Já estávamos atrelados.

Nossos corpos respondiam desejo que já sabíamos onde era nascente.

Houve muita negação, lágrima, muitas fugas que em pouco tempo, era capturada, e cada vez mais para dentro de ti entrava.

Conversas, longas conversas e carícias noturnas,

cinzeiros coloridos de cigarros ainda acesos pela metade;

cafés açúcarados e beijos ensaiados,

mãos sedentas, risos e malícias, mediam a nossa medida.

Palavras amançavam minha dor e a língua levava a um estado de prazer que só começava no corpo.

De tudo,

das lembranças e do agora,

do hoje e do ontem,

este é o amor que sinto:

aquarelas mil,

azúis e violetas,

vermelhos escarlates,

bocas, mãos, abraços, entregas,

suspiros, saudade, vontade.

Desse amor, tão colorido e enfeitado,

ah, toda a vida...

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