quinta-feira, 11 de março de 2010

Erótica**I**


Ela tirou os sapatos. Ajeitou os cabelos para que não caíssem sobre um rosto teatral. Deixou a janela aberta para que o sol do fim da tarde queimasse um pouco a pele que branca sintilava m vermelho quase florescente.
Tinha rubores pela face. Sua língua desejava no céu da boca um beijo que ainda não havia dado. Mas que em breve estaria rendida.
As flores eram apenas para confundir o perfume que exalava dela. As mãos atordoadas procuravam desabotoar o vestido e as pernas saltavam para uma posição absolutamente confortável para ela.
A música era o silêncio, naquele fim de tarde os suspiros precisavam ser maiores que qualquer melodia. E seu primeiro gemido colou-se na parede da sala e espalhou pela casa num vento tão afoito como suas mãos a surrarem sobre sua pele.
O chão era o melhor acolhimento para o corpo. O chão frio e o corpo quente emprestavam a ela outra sensação de prazer ainda maior que suas mãos; seus dedos apressados queriam roubar o gemido mais secreto, satisfazer o desejo mais proibido.
Ela tirou os sapatos e pés um esfregando no outro, fez com que o delírio da cosciência do corpo fosse ainda maior. Mordia os lábios que já molhados procuravam uma palavra que proferida no ar, lhe envolveria numa onda de prazer ainda mais violento. Os dedos encharcados de gozo levavam para além-corpo.
Ela tirou os sapatos. E perdeu a cabeça.
As febres daquele isntante adiante eram inevitávies. As palavras eram engolidas por gritos. Os olhos fechados emprestavam uma visão embaçada. As mãos perdiam a força e o corpo todo além de refletir o sol tão quente do fim da tarde agora, só tremia.

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