quinta-feira, 22 de abril de 2010

Do Gozo


Nos teus braços,sinto a fúria das bestas agrestes.Nos teus beijos,a útopica ilusão de um paraíso desconexo.Nos teus dedos,a secreta tirania de um toque.Nos teus passos,magnetismo misterioso da dúvida.Será calorcausa ambígua do gozo?Será dorcausa, efeito do gozo?Será amorcausa estranguladora do gozo?NAs tuas mãospólvora do tempovestígios de um crime solúvel,Nos teus olhosa dor da podridão da sua carnea predizer a desgraçado teu corpo.Será violênciacausa principal do gozo?Será carênciacausa final do gozo?Será paixãocausa determinante do gozo?A línguacarregada de ódio- lógica medonha da decepção?-A bocapesada de beijos de chumbo-lógica profana da vida?-Os dentes-lógica selvagem do sexo?-Será entãoódiocausa viscosa do gozo?Será entãohorrorcausa do ócio do gozo?Será entãodesejo causa evidente do gozo?Mas entãoo que enfeitiçasenãotuas mãos?teus dedos?tua língua?teus beijos?Senãotoda a sujeiradebaixo da fala?toda a negra paixãobastarda?Há em titudo de mais cinzamais frio,mais doloroso,mais duro.Será tênue a linha do gozo?Será escarneo a opção do gozo?Será tácita a decisão do gozo?Ah! Mórbida paixão nos cercadentro da noitejuras de gozo profundo,dentro da noitevenenosa esperança do dilúvio...Ah! Móbida paixão nos cercadentro de nossas carnesdesarrumação dos sentidos:Gozo!

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